terça-feira, 17 de abril de 2012

Outras histórias...


Tenho passado minha vida toda lendo o que me cai em mãos e me condenando por não ser mais racional e seletiva com minhas leituras.
Agora que a idade chegou me parece premente esta organização, não vai dar tempo de ler tudo aquilo que é realmente importante...
Tenho na gaveta do criado-mudo uma lista das Obras Importantes para o Pensamento Universal. É verdade!
O que acontece é que adoro ir sendo levada de uma coisa a outra, adoro o acaso, adoro ir saboreando o prazer de ler o que vem até a mim por obras e artimanhas do destino.
Digo isto porque acaba mais uma vez de acontecer.
Domingo passado fui ao clube, gosto de levar uma revista pra piscina pra folhear enquanto pego o solzinho da manhã, tinha pedido pro porteiro uma porção de revistas que estavam sendo jogadas fora nem sei por quem, então peguei uma da pilha e levei.
Era uma Ana Maria, de uns tres meses atrás. Dentre as reportagens repetitivas de dietas milagrosas e qual o corte de cabelo da moda, tinha uma pequena nota de recomendação de livro, este aí da foto, dizia que era engraçado e leve para se ler nas férias de verão, a escritora era roteirista do filme Harry e Sally, o que já me aguçou a curiosidade porque adoro este filme.
Bom o clube tem uma biblioteca pequena mais atualizada, e fui lá ver se tinha o tal livro: Meu pescoço é um horror, lembrei de mamãe dizendo que não se pode esconder a idade porque o pescoço denuncia, e como as mulheres maduras adoram golas rulês e grandes gargantilhas. Tinha.
Leitura fácil, escritora inteligente e descompromissada, não estava tentando ser intelectualmente engraçada. Gostei.
Numa das cronicas ela fala de literatura, dos livros que leu, dos livros que gosta, do enlevo de ler e mergulhar profundamente na leitura.
Cita alguns e cá estou eu no tablet, ainda deitada na cama baixando o Woman in White, de Wilkie Collins.
Também entro na Netmovies pra pedir a série da BBC, adoro series inglesas.
Entenderam como uma coisa leva a outra e a outra e eu vou aasim lendo sem nenhuma razão, nenhuma ordem, nenhum sentido e os meus clássicos do pensamento vão se acumulando pra próxima reencarnação...

segunda-feira, 2 de abril de 2012

O bom humor insuportável?!

Mais um cliente difícil atendido, sorrisos, brincadeiras, um ''Vai com Deus''ao final.
Viro pra colega ao lado, o dia está terminando, digo: - Difícil não é ter bom humor, difícil é conseguir mante-lo.
Aí ela responde,difícil não, INCRÍVEL!
Olho pro lado, as caras cansadas e enfastiadas parecem ressoar o mesmo, como pode?!
Agradeço à Deus, este gene do bom humor caprichado, mas também contribui o sono bem dormido, a consciência tranqüila, a caridade para com o próximo refletida, a alimentação frugal, a abstinência de álcool, fumo ou qualquer outra droga,o estar sempre no presente, não me preocupando com o futuro, nem com o que passou.
Não, não se trata de uma receita, só uma simples constatação. Tenho alguns problemas, como todo ser humano, mas basta relativiza-los, ficam bem pequeninos: a falta de grana pra viajar,imposto de renda irritante para fazer este mês,a dieta necessária para manter a glicose baixa,o exercício para emagrecer, a falta de um companheiro, o filho em plena adolescência...
Tão bom não ter que correr,quando tantos se apressam.
Tão bom não ter que buscar meu ganha pão,tantos desempregados.
Tão bom não precisar enfrentar o transito caótico da cidade grande.
Tão bom não ter aluguel pra pagar.
Tão bom terum filho numa boa escola pública, inteligente e saudável.
Tão bom ter minha mãe ainda perto de mim, com disposição e saúde.
Ter uma família, ter inteligência, ter calma e paciência, ter fé, estudar, poder cantar, poder andar no calçadão numa manhã ensolarada e ver o mar de Copacabana na hora que eu quiser!
Ah, não me permito perder o bom humor, seria até pecado.
Sinto muito se ele lhe é insuportável.